Sei que de um bom projeto pode nascer a realização de um sonho e deste, uma grande conquista. Só que um projeto desta importância não nasce assim simplesmente.
Desde criança, ao ter acesso aos livros e atlas de geografia, ficava imaginando em percorrer aquelas distâncias que via nos mapas.
Um pouco mais tarde lembro que sonhei várias vezes com um local que nunca tinha visto ou ido (pelo menos nesta vida) e aquilo me inquietava.
Para minha surpresa, já na adolescência vi na televisão uma reportagem sobre Machu Picchu, no Perú e sobre o Deserto do Atacama, no Chile. Não tive dúvidas que aqueles eram os locais que eu via em meus sonhos. Foi então a primeira vez em que pensei: “Um dia ainda vou aí”!
Por outro lado, o meu pai (in menmorian), trabalhou toda a sua vida profissional como motorista, o que com certeza, além de ser exemplo e mestre, ajudou a despertar em mim o gosto pelas estradas e pelas viagens.
Comecei a trabalhar e as viagens, principalmente de carro, sempre foram uma constante, embora por mais desgastantes que pudessem parecer, para mim funcionava como uma terapia, um hobby.
Nas minhas andanças gosto de observar, conhecer, aprender e acima de tudo captar estes sentimentos na forma de fotografia, um outro hobby que cultivo há bastante tempo.
E foi numa dessas idas e vindas que ao fazer uma viagem de trabalho ao interior do Rio Grande do Norte, me deparei com dois “malucos aventureiros” Chilenos que percorriam a América do sul numa KOMBI.
Achei aquilo fantástico e percebi que nós mesmos fazemos as nossas fronteiras e impomos as nossas limitações.
Então resolvi resgatar os sonhos de criança, transformá-los em projeto e daí em realidade.
E decidi viajar...
Viajar para conhecer novos lugares, passar por novas situações e conhecer novas pessoas;
Viajar para aprender a lembrar e valorizar as pessoas e os pequenos confortos que tenho no cotidiano;
Viajar para me conhecer, descobrir mais sobre minhas fraquezas e fortalezas;
Viajar para ter tempo para pensar na vida, no que construí, no que ainda posso construir e nos motivos pelos quais estou aqui;
E por ultimo viajar para perceber que o caminho é tão importante quando o destino, e que embora planejado, ele precisa ser construído, ou seja, você pode se preparar para as eventualidades, mas nada além disto.
Esta é a motivação para a viagem aos Andes. Ir de Natal a Machu Picchu e Atacama, de carro!
